No dia 05/09/2025, eu renasci. Vi a mulher que fui até ali se transformar em mãe. Às 21:05, nasceu a Liz, em um parto normal e natural — exatamente como eu tanto pedi em oração. Foi o momento mais incrível e transformador da minha vida.
Sou hipertensa desde antes da gestação e também tive diabetes gestacional. Por isso, muitas pessoas — inclusive alguns profissionais — acreditavam que seria necessário realizar uma cesariana. Mas, no fundo, eu sempre desejei o parto normal, por todos os benefícios que ele traz e pela recuperação mais tranquila. Mesmo assim, mantive em mente que faria o que fosse mais seguro para mim e para minha filha.
Desde o início da gravidez, me interessei pela presença de uma doula. Pesquisei bastante e, ao conhecer relatos de outras mulheres, me encantei com essa possibilidade. Me inscrevi no programa Doula Solidária da Prefeitura e, no dia 25/07/2025, recebi o contato da doula Jéssica. Confesso que já nem esperava mais.
A partir desse dia, tudo mudou. A forma como eu via a gestação, os conhecimentos que meu esposo e eu tínhamos, a maneira como nos preparávamos… tudo se transformou. Com cuidado, escuta e acolhimento, a Jéssica nos mostrou que, mesmo com hipertensão e diabetes, era possível sim ter um parto seguro e respeitoso.
Na última consulta médica antes do parto, fui informada de que tudo estava bem, e que o parto normal era possível, mas que, caso a Liz não nascesse até às 39 semanas, seria necessário induzir o parto devido à pressão arterial.
Aceitei com tranquilidade essa possibilidade — e a Jéssica me explicou como funcionaria a indução. Porém, Deus já tinha outros planos: no dia 05/09/2025, com 38 semanas e 5 dias, às 8h da manhã, minha bolsa rompeu espontaneamente.
Avisei meu esposo e minha doula, e comecei a me preparar com calma. Permaneci em casa, observando os sinais do meu corpo, como havia aprendido. No início, as contrações eram leves e irregulares. Mas, com o passar das horas, foram se intensificando. Meu refúgio era apertar a mão do meu esposo, que esteve o tempo todo ao meu lado com muita paciência e carinho — um verdadeiro parceiro.
Já no final da tarde, as dores se tornaram mais fortes, e a Jéssica veio até a nossa casa. Com todo o cuidado, ela me ajudou com técnicas de respiração, massagens, alívio com bola de pilates e, principalmente, com sua presença firme e tranquila. Eu só queria apertar alguma mão naquele momento — ora a do meu esposo, ora a dela. Ambas me sustentaram de maneiras diferentes e fundamentais.
Ao percebermos que a pressão estava começando a se elevar, decidimos ir para a maternidade. Isso foi por volta das 19h. No trajeto, as contrações se intensificaram bastante, e houve momentos em que achei que não aguentaria. A famosa “partolândia” chegou com tudo. Pedi até remédio — risos — porque realmente o momento é desafiador. Mas Deus me deu forças que eu nem sabia que existiam em mim. E, sem dúvida, a presença da Jéssica ali, me apoiando, foi essencial para atravessar essa fase.
Chegamos à maternidade por volta das 20h30. Já fazia mais de uma hora que eu estava com dores bem intensas. Fui acolhida pela equipe, e ao fazer a avaliação, a surpresa: eu estava com dilatação total! Nem acreditamos.
Fui encaminhada imediatamente para a sala de parto, pois a Liz já estava prestes a nascer. Na sala estavam a médica, algumas enfermeiras e auxiliares, além do meu esposo e da doula, que permaneceram comigo o tempo todo.
A equipe foi atenciosa, respeitosa e me ajudou com muita calma. Como as contrações estavam perdendo intensidade, foi sugerido um medicamento para auxiliar no ritmo — e, com tranquilidade, aceitei. Mas parece que a Liz preferiu vir antes mesmo que o remédio fizesse efeito, porque, logo em seguida, veio uma força imensa de dentro de mim, e em poucas contrações ela nasceu.
A nossa pequena chegou ao mundo de forma tão natural, tão linda e mágica. Com o apoio certo, com confiança no meu corpo e na minha escolha, consegui viver o parto que sonhei: respeitoso, consciente e cercado de amor.
Às 21:05, com 2.845 kg e 45,5 cm, minha filha Liz veio para os meus braços. Ela me mostrou a força que habita em mim e me revelou o tamanho do amor que uma mãe pode sentir. Um amor que é maior que o mundo.